Como tudo começou

A minha história com as viagens começou lá em 2003, quando, com 17 anos, decidi prestar vestibular para a Faculdade de Turismo. Eu não me lembro bem ao certo como cheguei à essa escolha, até porque não era algo que eu sempre desejei fazer, mas lá fui eu para o início daquilo que me faria sonhar pelo resto da vida.

Com o fim da faculdade e uma certa frustração com o mercado de trabalho, optei por fazer uma pós-graduação em Administração e construi minha carreira na área financeira, mas a verdade é que o turismo nunca saiu da minha cabeça e trabalhar em uma companhia aérea só alimentava ainda mais meu desejo de viajar.

Veio o casamento, muitas viagens, e, certo tempo depois, uma mudança de empresa. Ao longo de todo esse período, eu estudei muito sobre viagens de volta ao mundo e descobri vários projetos. 100% do meu tempo livre era pesquisando sobre esse assunto! Eu tinha muito claro na minha cabeça que queria isso para mim e sabia que era possível.

Viajo logo Existo
DayTrippers

Inspirações que tivemos o prazer de conhecer pessoalmente

Bruno, meu marido, sempre soube desse meu desejo e sempre me apoiou. Ele esteve presente em todos momentos especiais e quando eu falei: “chega, não dá mais, ou a gente faz ou não fazemos nunca mais”, ele disse: “está decidido, daqui um ano partimos”. E 2018 foi, então, o ano da virada, o ano da decisão.

O projeto era fazer uma viagem de volta ao mundo, de carro, durante 3 anos, passando por todos os continentes e trabalhando remotamente. A ideia inicial era comprar uma Land Rover Defender 110 antiga e adaptá-la com barraca de teto, pia, banheiro, armários e outras coisinhas mais, de modo que se tornasse a nossa casa. Era o que a maioria dos projetos que eu acompanhava fazia. Porém, analisando os custos desse projeto, junto com a questão do conforto e da segurança, optamos por investir um pouco mais e comprar uma picape com um camper.

Defender DayTrippers por fora
Defender DayTrippers por dentro
O nosso carro-casa

Nova etapa do projeto, começamos a pesquisar e compramos nosso carro-casa. Saímos dos nossos empregos em dezembro de 2018 e estava tudo certo para a viagem começar em 2019: um engenheiro que sempre trabalhou em laboratório de motor de carro e uma turismóloga, a combinação perfeita; não tinha como ser melhor!

Fotos do antigo dono

O camper por dentro. Parece pequeno, mas era bem espaçoso!
Espaços internos do camper

Alguns processos, entretanto, demoraram mais tempo do que a gente imaginou e nos levaram a ter que mudar o roteiro. O planejamento era sempre viajar acompanhando a primavera e o verão nos países, no máximo o outono, para termos uma experiência mais agradável ao longo do percurso, e quando nos demos conta que não conseguiríamos sair antes de março, a viagem que começaria pela América do Sul mudou para a Europa.

Última atualização do roteiro que fizemos

*Projetado com Vecteezy.com

A mudança do roteiro, além de nos dar um certo fôlego, nos trouxe também mais uma mudança nos planos. Como enviaríamos o carro de navio para a Europa e ficaríamos aguardando-o por um ou dois meses, começamos a nos perguntar por que não reconhecer a cidadania italiana do meu marido nesse período, uma vez que isso nos beneficiaria em diversos aspectos, principalmente por poder permanecer em toda União Europeia sem restrição de tempo. E lá fomos nós preparar toda a documentação.

Pesquisando sobre o processo, meu marido encontrou o vídeo de um senhor que dizia ter feito a dupla cidadania italiana apenas para poder comprar um motorhome na Europa, por ser muito mais barato que no Brasil, e adivinhem? Lá fomos nós vender o carro e o camper no Brasil para comprar um motorhome na Europa. De fato, mesmo com a desvalorização do real em relação ao euro, o preço de um motorhome usado na Itália era metade do preço do nosso carro com o camper no Brasil, isso sem contar o valor que ainda gastaríamos para enviá-lo em um contêiner.

Burocracias resolvidas, dia 9 de abril de 2019 embarcamos para a Itália! E desde então, tudo continuou mudando… hahahaha… Reconhecemos a cidadania italiana do meu marido, ele recebeu uma proposta de trabalho em Turim, depois nos mudamos para Leamington Spa, na Inglaterra, onde ele também trabalhou, e atualmente estamos em Ravensburg, na Alemanha, para uma nova jornada dele.

O Nacionalidade Mundo foi idealizado para eu compartilhar todo o conhecimento e experiências que acumulei ao longo de tantos anos.

A volta ao mundo? Talvez ela aconteça, de outra forma… Foram tantas mudanças desde que tomamos a decisão de mudar, que já não planejamos tanto, apenas seguimos vivendo, viajando, aprendendo e recalculando a rota. Afinal, isso é o que importa!

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